Bem-vindo ao Isgaslighting.org

Este é um espaço seguro para quem viveu, está vivendo ou deseja apenas se informar sobre a manipulação emocional conhecida como gaslighting. Aqui você encontra apoio, esclarecimentos e, principalmente, relatos reais – porque reconhecer é o primeiro passo para se libertar. Juntos, damos nome ao que nos feriu e abrimos caminho para a cura. Sua história importa. Sua voz será ouvida.

Este blog nasceu da superação de uma jornada marcada por experiências dolorosas e confusas, recheada de perguntas comuns para todas as pessoas que suportam o peso do gaslighting. “Será que estou exagerando? Será que sou eu o problema?”  ou “Será que estou louco?”  O objetivo aqui é informar, conscientizar e oferecer acolhimento a quem enfrenta ou já enfrentou o gaslighting, uma forma sutil e devastadora de abuso psicológico.

O que é Gaslighting?

Gaslighting é um tipo de abuso psicológico em que o agressor manipula, distorce ou nega a realidade, fazendo com que a vítima duvide constantemente de sua própria memória, percepção e sanidade. É uma forma de controle extremamente perigosa, pois mina a autoconfiança e o senso de identidade da pessoa, tornando-a dependente do abusador.

O gaslighting pode ser praticado tanto por indivíduos isolados quanto por grupos organizados, que se unem deliberadamente para manipular e fragilizar a vítima. Isso é comum, por exemplo, em seitas, grupos familiares tóxicos ou até mesmo em ambientes de trabalho, onde colegas e superiores se articulam para isolar ou subjugar alguém.

Muitas vezes, o gaslighting não vem sozinho. Ele costuma andar de mãos dadas com outros crimes e violações graves, como:

  • Tráfico humano, onde a manipulação psicológica mantém a vítima submissa ou a atrai à situações psicologicamente vulnerabilizada e alienada;

  • Abusos sexuais e pedofilia, criando um ciclo de silêncio e culpa ou até mesmo gerando descrença na vítima para desencoraja-la a se abrir acerca do problema;

  • Violência doméstica, usada para justificar e perpetuar agressões físicas e emocionais, colocando a vítima em um ciclo vicioso onde ela não consegue escapar ou denunciar o seu agressor;

  • Assédios e humilhações em ambientes corporativos, para manter funcionários vulneráveis e controlados alimentando o medo de reivindicar, respeitos melhorias, dignidade ou direitos.

É importante ressaltar que o gaslighting ocorre com muito mais frequência do que se imagina. Às vezes, é praticado de maneira inconsciente, por pessoas que repetem padrões abusivos sem ter plena noção do dano que causam. Outras vezes, é um processo friamente calculado e organizado, seja por indivíduos manipuladores ou por grupos com interesses específicos.

Origem do termo Gaslighting

O termo “gaslighting” tem origem na peça de teatro britânica Gas Light, de 1938 (posteriormente adaptada para o cinema em 1940 e 1944), na qual um marido manipula pequenos elementos do ambiente doméstico — como diminuir gradualmente a luz das lâmpadas a gás — e insiste que sua esposa está imaginando tudo, levando-a a questionar sua própria sanidade.

A história ilustra de forma clara o núcleo do gaslighting: fazer a vítima duvidar de sua percepção da realidade, distorcendo fatos ou negando evidências para confundi-la e controlá-la.

Um espaço de informação e acolhimento

Aqui, compartilhamos conteúdos que esclarecem o que é o gaslighting, como identificá-lo e quais são as consequências desse tipo de abuso. Também buscamos criar um ambiente de acolhimento e empatia, para que ninguém se sinta sozinho ao passar por algo tão confuso e doloroso.

A importância de buscar ajuda

É fundamental entender que, embora o apoio de amigos e de comunidades seja valioso, ajuda profissional é indispensável. Psicólogos e psiquiatras podem auxiliar na reconstrução emocional, enquanto advogados podem orientar sobre direitos e medidas legais para lidar com quem praticou o abuso. A vítima não está louca, mas querem fazer com que ela pense isso.

Como a psicologia entende o gaslighting hoje?

Na psicologia atual, o gaslighting é reconhecido como uma forma de abuso emocional e psicológico, usada para enfraquecer a vítima e ganhar poder sobre ela. É frequentemente associado a relacionamentos abusivos (românticos, familiares, profissionais ou até mesmo em contextos coletivos, como seitas e cultos). O gaslighting pode acontecer de maneira sutil e gradual, o que o torna difícil de identificar. Com o tempo, a vítima passa a questionar seus próprios pensamentos, sentimentos e memórias, tornando-se cada vez mais dependente dos abusadores para “interpretar a realidade”.

Relação com transtornos da personalidade

Os praticantes conscientes do gaslighting — aqueles que o usam de forma deliberada e manipuladora — costumam apresentar traços associados a distúrbios do espectro narcisista, incluindo o Transtorno de Personalidade Narcisista (TPN).

Pessoas com essas características:

Vale lembrar que nem toda pessoa que pratica gaslighting tem um transtorno diagnosticável — mas muitos exibem comportamentos narcisistas que alimentam esse tipo de abuso.

Como identificar se você está sendo vítima de gaslighting e o que fazer?

Uma lista breve de sinais pode ajudar quem está confuso a começar a reconhecer o problema. Por exemplo:

  • Você sente que está sempre pedindo desculpas?

  • Tem dificuldade de confiar nos próprios sentimentos ou memórias?

  • Sente que vive andando em ovos para não irritar alguém?

  • Percebe que alguém distorce o que você disse ou fez para te fazer sentir culpado?

Se você se sente em perigo ou pensa em tirar a própria vida, procure ajuda imediatamente. Ligue para um amigo, familiar ou disque 188 (Brasil) para falar com um voluntário do CVV (Centro de Valorização da Vida) . Se estiver fora do Brasil, procure o número de emergência local. Você não está sozinho.

O Centro de Valorização da Vida é uma organização brasileira, sem fins lucrativos, formada por voluntários que oferecem apoio emocional e prevenção do suicídio.

Eles atendem 24 horas por dia, todos os dias, por telefone (no número 188, gratuito em todo o Brasil), chat e e-mail. O objetivo do CVV é ouvir sem julgamentos, dar acolhimento e ajudar as pessoas a encontrarem forças para lidar com seus problemas emocionais.

É importante destacar: o CVV não faz terapia nem dá conselhos, mas oferece uma escuta ativa e respeitosa, o que muitas vezes salva vidas em momentos críticos.

Você não está louco(a),querem fazer você pensar isso ou querem fazer que os outros pensem isso de você!